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História de Aracaju


História de Aracaju

O território onde hoje se encontra Aracaju era, no período pré-colonial, a residência oficial do cacique Serigy, que dominava uma vasta região entre os rios Sergipe e Vaza-Barris. De acordo com o historiador Clodomir Silva, no livro Álbum de Sergipe (1922), Serigy e seu irmão Siriri foram derrotados em 1º de janeiro de 1590, quando Cristóvão de Barros atacou suas tribos e fundou, na foz do rio Sergipe, a cidade de São Cristóvão — primeira capital da Capitania de Sergipe Del Rey.

Durante os séculos XVII e XVIII, o litoral sergipano era escassamente povoado, abrigando apenas alguns arraiais de pescadores. No alto de uma colina, ergueu-se uma pequena capela dedicada a Santo Antônio, considerada o ponto inicial da formação do povoado que mais tarde se tornaria Aracaju.

O distrito de Aracaju foi criado oficialmente em 28 de março de 1837. A mudança mais significativa, no entanto, ocorreu em 1855, quando o então presidente da Província, Inácio Joaquim Barbosa, atendeu à ordem do imperador D. Pedro II e elevou o povoado à categoria de cidade e nova capital da província, substituindo São Cristóvão. A escolha se deu por razões econômicas e logísticas: a antiga capital não comportava mais as demandas administrativas e a região do Vale do Cotinguiba, principal produtora de açúcar, exigia um porto eficaz para escoamento da produção.

Uma cidade planejada

Para planejar a nova capital, foi contratado o engenheiro Sebastião José Basílio Pirro, que desenhou a cidade com ruas retas e quarteirões simétricos, formando um “tabuleiro de xadrez”. Apesar da pressa com que foi executado o projeto, o plano urbanístico foi considerado ousado para a época. No entanto, a falta de estudos adequados do terreno — dominado por pântanos e áreas alagadiças — gerou erros estruturais, como inundações que ainda ocorrem em algumas regiões.

A cidade se expandiu obedecendo ao traçado geométrico, o que exigiu desapropriações e aterros. A única exceção foi a “Rua da Frente”, atual avenida Ivo do Prado, que ganhou uma curva por decisão do próprio presidente da Província, oferecendo uma bela vista para o rio Sergipe.

Crescimento e modernização

Nas décadas seguintes, Aracaju viveu um ciclo de desenvolvimento econômico e social. Em 1884, foi inaugurada a primeira fábrica de tecidos, marcando o início da industrialização. Em 1886, a cidade já contava com 1.484 habitantes, imprensa oficial e linhas de barcos para o interior. Em sintonia com as reformas urbanas nas principais capitais do país, Aracaju também promoveu melhorias: em 1900 teve início a pavimentação com pedras regulares, em 1908 foi instalado o serviço de água encanada e, em 1914, chegaram os esgotos sanitários e a estrada de ferro.

Nome e significado

O nome “Aracaju” vem do tupi e significa “cajueiro dos papagaios” — uma junção das palavras ará (papagaio) e acayú (fruto do cajueiro). Embora existam outras interpretações, essa é a versão mais aceita pelos estudiosos.

Formação administrativa

  • 1837: Criação do distrito de Aracaju (Lei Provincial nº 473).
  • 1855: Elevação à categoria de município e capital da Província de Sergipe.
  • 1903: Criação dos distritos de Barra dos Coqueiros e Porto Grande.
  • 1911: O município passa a contar com três distritos.
  • 1933: Porto Grande deixa de figurar como distrito.
  • 1953: Barra dos Coqueiros se desmembra e torna-se município.
  • 1960 em diante: Aracaju permanece como município constituído de um único distrito.

Graças à visão de Inácio Joaquim Barbosa, Aracaju foi concebida com espírito moderno e desenvolvimentista. Hoje, a cidade continua crescendo e se transformando, orgulhosa de sua história e de seu povo.


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